A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

da terra e da solidariedade com o homem. O patrício não é o irmão no trabalho, com quem nos dispomos a compartilhar os meios de vida e de prosperidade; é o inimigo, como nós, do povo vizinho, e o inimigo que irá para o campo de batalha enquanto continuamos a explorar as nossas indústrias, porque é o homem pobre da terra, a "chair à canon" dos sacrifícios religiosos oferecidos à divindade marcial do nosso terreiro e da nossa honra de suseranos burgueses.

Reservando-se o privilégio, e como que o sacerdócio dessa divindade retórica, as classes elevadas, fora do culto ritual, exercem sobre a sociedade a ditadura de seus interesses de indivíduos, ou, mais frequentemente, de grupos econômicos. Para o futuro, todo o alcance da previsão e do sentimento não vai além do empenho de garantir a sucessão patrimonial aos filhos.

E porque esta noção arcáica do patriotismo não corresponde a nenhuma realidade objetiva, ela é, frequentemente, uma expressão cética de formalismo, ou uma consciente ironia.

A forma social do patriotismo, com o enérgico interesse de sua realidade, com o calor e a seiva de sua circulação pelos canais da vida, ampla e complexa, da sociedade, com o influxo, animado, da simpatia pelo vizinho na terra, peio irmão na família legal, e pelo sócio nas lidas, e, sobretudo, pelo senso de previdência, que faz sentir o valor da ordem política e econômica, da paz, da prosperidade e da justiça, como garantias à sorte dos descendentes, é uma força de progresso, enquanto a outra era uma âncora de inércia.

A previdência que se limita à avareza da fortuna, por interesse dos filhos, é a forma apenas