A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

conjugado num corpo concreto e visível. Eis por que as expressões "civilização romana" e "civilização grega" refletem, como que instantaneamente, em nossos espíritos, imagens nítidas, quase alegóricas, tão vivos e fortes são os traços que as distinguem; que a ideia de "civilização egípcia" já se nos apresenta numa luz um tanto pálida, e ainda mais a da civilização caldeia ou assíria; que se pode falar de uma antiga civilização hindu ou chinesa, de uma civilização francesa, dos séculos XVII e XVIII, e da Inglaterra, até meio do século XIX; e por que o espírito hesita sobre se tem diante de se, na intensa, transbordante, mas vertiginosa, e, por vezes, contraditória vitalidade da Alemanha e dos Estados Unidos, verdadeiros casos de civilização.

Todas estas concepções refletem-se, porém, no espelho da idéa, formada a posteriori, de um certo conjunto de elementos da vida social e mental desses povos. Esta noção crítica não é a noção dinâmica da civilização. Com relação ao valor da vida e ao valor da história dos povos, em função dos destinos da Terra e do Homem — único critério positivo do que seja civilização e do que seja progresso — a apreciação dos povos e das eras ficará pendente, até que o espírito humano haja conseguido exprimir a equação dos proveitos e das perdas que os fatos de uma época, ou a história de um povo, puderem ter produzido nas forças do planeta e na vida da espécie.

A noção comum de civilização tem sido ligada a expressões parciais, laterais, ou aparentes, da evolução social. Sem insistir nestas últimas, apreendidas nos aspectos superficiais do