caboclo, em toda a parte onde ficam entregues a se mesmos, tendo de fazer por sua sorte com seus próprios recursos.
As migrações são um dos fenômenos mais comuns e espontâneos da história humana; fizeram-se, desde os mais remotos tempos da vida de nossa espécie, sob pressão de acidentes naturais, por causa de guerras, por ambição. Estimularam-nas e impulsionaram-nas vivamente as explorações das nossas terras; o novo caminho das índias, o descobrimento do continente americano e das grandes ilhas da Oceania deram-lhes a feição moderna de transladações de populações livres, por iniciativa própria; animaram-nas, ainda mais vivamente, o impulso dado à navegação e às viagens interiores, com o vapor e a propagação dos conhecimentos geográficos.
Semioficiais, nas colônias; livres, mas sem propósito de estabelecimento, nos países sem organização; assimiladas pelos povos organizados e conquistadores; predominantes, nas nações fracas, elas se fizeram, e far-se-hão ainda por algum tempo, por força do desequilíbrio econômico reinante entre os povos contemporâneos, e da aspiração de mais próspera existência em novas regiões.
Se o Brasil não altraiu, desde logo, correntes mais fortes de imigração, assim foi, a princípio, por causa de sua natureza tropical, e depois, graças à ignorância, na Europa, de sua vida e de suas coisas — um dos traços mais expressivos da nossa História política, durante o Império. A opinião popular europeia só começou a conhecer o Brasil, depois da República; até aí, ele esteve obumbrado pela imagem que o eclipsava aos olhos do