A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

inteligente, para melhor aproveitamento de terrenos e de plantações, que os cultivadores destroem e vão abandonando, à proporção que invadem novas regiões. A exploração extensiva, em novas regiões, agrava, cada vez mais, a economia nacional, no que interessa às produções de consumo no país, com a quase exclusiva aplicação de braços e capitais na produção dos outros gêneros, de melhor preço. As zonas antigas, decadentes, senão abandonadas, não produzem o bastante para o consumo; as outras, nada, ou pouco, produzem.

Não é, também, menos ilusória a ideia, dominante no espírito dos nossos homens públicos, de que o desenvolvimento da viação importa sempre incremento ao progresso do país. As estradas de ferro satisfizeram, entre nós, até certo ponto, a necessidade, e realizaram progressos; é ainda possível que, num ou noutro raro caso particular, esquecido por falta de apoio, ao passo que outros, menos necessários, eram atendidos, seja conveniente abrir um novo traçado, estendendo-se uma nova linha, aqui ou acolá, — mas o que não pode deixar dúvidas em nenhum espírito claro, capaz de ver as realidades sem as visões do preconceito e da fantasia, é que a nossa viação tem ido além dos intersses da população e da economia, tornando- se antes fator de ruína que de civilização.

As estradas de ferro criam transportes, mas seria inexato dizer-se que, nos países novos, promovam circulação e distribuição econômica: o que elas realmente fazem é estimular a exploração extensiva. Com este efeito, cooperam para todos os males assignalados; e, facilitando o intercurso do interior para as praças comerciais, contribuem