O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Cada artífice se considerava como iniciado em mistérios só permitidos aos seus irmãos de profissão. Precisou Luccock de marceneiro, indo buscá-lo na oficina. Este, antes de sair, foi ao interior da casa e apareceu de casaco e calções, chapéu armado, sapatos com fivelas, etc. À porta ficou à espera de um preto de ganho para carregar-lhe a ferramenta. Esse cuidado de nossos artífices e operários com o próprio vestir mereceu de Wells estas linhas simpáticas: "É agradável ver os operários e trabalhadores do país, ao concluir a tarefa no arsenal, docas ou obras públicas, lavar as manchas do trabalho, mudando de roupa branca e vestindo-se decentemente, aparecendo na cidade como respeitáveis membros da sociedade. O contraste não é favorável aos operários britânicos".

Os negociantes passavam a maior parte do tempo jogando, sem grande preocupação em servir aos fregueses: disto se queixa Luccock (1808) e vinte anos depois tem "Walsh as mesmas recriminações: "Os negociantes do Rio são de maneiras ásperas, e tão pouco dispostos a se incomodarem, que o freguês é levado a sair, pelo pouco caso com que é tratado. Gostam extraordinariamente dos jogos de azar sedentários, tais como cartas e dados, a que se entregam até nos balcões. Às vezes fui em tais ocasiões comprar um artigo e estavam tão interessados no jogo que o não deixaram para atender-me".

Ainda em 1828 aqui encontrou Walsh sebastianistas, entre os quais o dono de uma casa de ferragens da rua Direita, e que vendera fiado a muitas pessoas que se comprometiam a pagar-lhe