Admirou-se Luccock, aqui chegando, da prosápia dos rábulas e artífices como da ignorância e despreocupação dos negociantes. Os primeiros vestiam velhos casacos negros, ensebados, alguns cheios de nódoas, e tão mal adaptados à altura e corpo dos portadores, que fazia suspeitar que não eram seus primeiros possuidores; os coletes, de cores mais alegres, bordados, de largas abas e bolsos profundos; os calções negros, muito curtos, mal chegavam aos joelhos, onde eram apertados por fivela de brilhantes, meias de algodão, feitas em casa e sapatos com enormes fivelas. Usavam cabeleiras empoadas e grandes chapéus armados, sebentos, com um cocar negro; do lado esquerdo a velha adaga. "É divertido observar", diz Luccock, "com que exagerada cerimônia estes homens e seus subalternos se saúdam, com que formalidades se curvam, tirando os chapéus sujos, e com que fórmulas precisas e acordos friamente combinam assaltar a bolsa dos clientes".
Profissionais de rabulice e curandeiros, dizendo-se pomposamente advogados e médicos, pululam pela cidade, dando ao estrangeiro falsa ideia de constantes questões forenses e de frequentes moléstias. Da cultura geral dessa gente davam ideia as perguntas ouvidas por Luccock: Onde ficava Londres? O que era maior, a Inglaterra ou a Madeira?
Ao Brasileiro caberia então a palma da ignorância em geografia. Quando foi anunciado, na campanha da Rússia, que tinha aparecido peste em Bucareste, foi publicada uma circular anunciando que todos os navios provenientes desse porto (!) ficavam sujeitos à quarentena.