O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

A larga rua Direita, em grande extensão, tinha de cada lado palmeiras, que formavam linda avenida. Do tronco de uma árvore a outra, havia cordas, escondidas por festões de flores, e das quais pendiam vasos pintados, de diferentes formas e tamanhos, com alguma coisa dentro. Entre esses vasos pintados, grande variedade de figuras, de diversos desenhos, o todo formando passeio, cheio de mascarados silenciosos, muito divertidos. Entre elas a mais alta e conspícua era a de Judas, pendente do ramo de elevada árvore, de túnica branca; e em cima, oculto entre os ramos, pronto a cair sobre ele, estava Satanás.

Quando os sinos das igrejas tocaram aleluia, Satã desceu rapidamente do cimo da árvore, caiu sobre o corpo pendente de Judas e ambos ficaram em labaredas; e a seguir todas as outras figuras. Apareceram então vários cavaleiros, acompanhados por escudeiros, e armados de lanças e foram postar-se na barreira do fim da rua. Em dado momento, a barreira caiu e um dos cavaleiros investiu contra um dos vasos, quebrando-o com a ponta da lança, dele caindo um leitão. Lançou-se a multidão e o que o agarrou primeiro foi seu dono. O segundo cavaleiro quebrou outro vaso, e saiu um macaco que, mais esperto que o povo, subiu a uma janela. Todos os vasos foram quebrados a seguir, e deles saíram grande lagarto, um gato e várias outras coisas; mas ainda restava o derradeiro, para o qual estavam voltados todos os olhares, e nenhum dos cavaleiros parecia resolvido a quebrá-lo. Afinal um, mais afoito, o quebrou e fugiu. Saiu do vaso grande enxame de maribondos que acometeu ferozmente as pessoas mais próximas".