Pouco depois se erguia no largo do Rocio o teatro de São João. Conta Walsh que ao mesmo tempo estavam levantando, no largo de São Francisco, grande igreja. "Como tinham grande pressa de acabar o novo teatro, não só pararam a construção da igreja, mas derrubaram a parte já feita, aproveitando os materiais para a conclusão do outro edifício, que se abriu com grande pompa em 1813, a doze de outubro, data natalícia do Príncipe da Beira. Esta delapidação sacrílega de um templo para acabar um teatro teve a desaprovação dos cidadãos sensatos e eles predisseram algum acidente desastroso ao infeliz edifício. Alguns anos mais tarde quando este se incendiou o povo ficou firmemente persuadido de que era o julgamento, aviso e castigo — à impiedade dos construtores".
Com a chegada da corte de Lisboa começou o velho teatro a ser mais frequentado (e daí a pressa em construir-se o novo), quebrando-se a reclusão das senhoras, que aí tinham oportunidade de ser vistas e admiradas e os decotes exigiam mais cuidado com o asseio corporal. Luccock voltando em 1813 ao Rio, depois de quatro anos de ausência, achou os costumes muito modificados para melhor, atribuindo essa evolução ao teatro e a uma canção, muito em voga na época, satirizando vícios e preconceitos, que eram assim postos em evidência, e que procuravam corrigir. Mas ainda nessa ocasião nenhuma senhora frequentava a plateia.
A 25 de Março de 1817 chegava ao Rio o governador de Pernambuco, Caetano Pinto, sendo mandado recolher preso. Era domingo. No dia