de santos, forrado de ouropéis de prata e ouro e com festões de flores artificiais, arranjados com gosto, e todo iluminado por imenso número de velas, muitas das quais postas em candelabros de prata, dados ou emprestados pelos devotos".
Depois da procissão, as casas se animavam em festas, com profusa mesa de doces (aqui, como em Portugal, chamada copo d'água), chá e jogos de cartas ou danças.
"Tivemos muito pouca dificuldade em nos adaptarmos ao modo geral de vida de São Paulo. O pão é bem bom e a manteiga tolerável, mas usada raramente, exceto com o café pela manhã ou com o chá, à noite. O almoço mais comum é feijão com farinha. O jantar, servido ao meio-dia ou antes, consiste comumente em grande quantidade de verduras cozidas, com porco ou carne, batata doce e galinha cozida, e excelente salada, a que se segue profusa variedade de deliciosos doces e conservas. Toma-se muito pouco vinho nas refeições: a bebida usual é água. Nas solenidades públicas ou quando se dá uma festa a muitas pessoas, a mesa é guarnecida do modo o mais suntuoso: servem-se de uma só vez trinta a cinquenta pratos diversos, evitando-se assim sucessão das caminhadas. O vinho circula copiosamente e as saúdes se fazem durante o repasto, que dura de duas a três horas e é seguido pelos doces, orgulho de suas mesas; depois do café passa-se a noite dançando, fazendo música ou jogando cartas".
E termina Mawe com esta advertência, de ordem mais geral, aos seus leitores ingleses: "Devo aqui observar que, nem em São Paulo, nem em nenhum outro lugar que visitei, fui testemunha dessa leviandade nas mulheres do Brasil, apresentada