cheios de senhoras bem vestidas, e galeria para o paraíso, com acomodações para 500 pessoas e quase apinhada. O aspecto da assistência e o trajar das senhoras de São Paulo em tais condições, pode ser favoravelmente comparado ao que se apresenta em qualquer grande cidade da América do Sul". O entrudo era coisa insólita para os ingleses, e por isso vemos que, quando eles passavam o carnaval em qualquer cidade brasileira, não deixavam de descrever os limões de cheiro, os combates em que os mesmos serviam de granadas, o polvilho usado principalmente nos pretos. Mawe, que o assistiu em São Paulo escreve: "Nestes dias de carnaval os habitantes passeiam pelas ruas mascarados e a diversão de atirar frutos (laranjinhas) é praticado pelas pessoas de todas as idades, mas é considerado impróprio que os homens se divirtam uns com os outros".
Luccock assistiu o entrudo no Rio Grande e diz que se procurou explicar esse costume como sendo "primitivamente um dos modos originais pelos quais os padres comunicavam a água do batismo a pessoas indispostas a recebê-lo, e assim as empurravam, por essa artimanha, para o reino dos céus".
As cidades do Rio Grande e Porto Alegre foram visitadas por Luccock em 1809 e por Henderson dez anos depois. Rio Grande era pequeno burgo de menos de três mil almas, com ruas sem calçamento e onde, na época dos ventos, diz Henderson era impossível comer qualquer coisa que não tivesse areia como tempero forçado. Aí "os