O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

gatos fogem dos ratos que são grandes e excessivamente numerosos".

Porto Alegre, situada numa encosta, com bela vista para o rio tinha ruas largas e direitas, calçadas, com as casas bem construídas.

Tendo residido alguns meses na primeira dessas cidades gaúchas, é sobre ela que se estende Luccock limitando suas impressões sobre Porto Alegre às poucas linhas, que acabamos de resumir.

A rua principal de São Pedro do Rio Grande terminava na Catedral, cuja singeleza, interna e externa, não impedia que apresentasse elegante aspecto, com suas torres quadradas, coroadas por pequenos campanários. Acima da porta principal estava o coro, iluminado pela rosácea. O corpo da igreja tinha duas grades laterais, para separar os homens das mulheres, que deviam ocupar o centro.

O palácio do governo, em um só pavimento, como as demais casas, distinguia-se apenas por ter, alguns degraus adiante da porta e as janelas envidraçadas. Em frente ao palácio viam-se as ruínas de um edifício de madeira, que fora o teatro.

Anunciava-se o aparecimento do Governador nas ruas ao rufar do tambor, a cujo som apareciam todos à porta das casas, para prestar-lhe homenagem. Era obrigação, passando-se em frente das sentinelas de guarda, tirar o chapéu. A medicina limitava-se às receitas dos dois velhos livros do século XVII, que as leis coloniais de Portugal obrigavam os boticários a possuir. "No Brasil", diz Luccock "não só a ciência médica, mas a ciência em geral, é planta exótica". Na casa que ele alugou deixara o dono uma arca, com a qual recomendara o maior cuidado. É que aí ciosamente