de cereja; o umari e o vichi, de polpa gordurosa, que se come misturada com farinha; o purumá, de gosto semelhante ao da uva, o uiqui, que perfuma e colore o mingau de banana; os bacuris. A pupunha, cultivada pelos índios desde tempos imemoriais, parecendo introduzida, era um dos principais alimentos de Ega; coze-se e come-se com mel ou sal. É crença geral que a pupunha é mais nutritiva que o peixe ou o peixe-boi. Os canoeiros sabem várias cantigas com que amenizam a monotonia das longas viagens a remo, cantigas que vão de boca em boca por todos os recantos.
Há nesse cantar, diz Bates, "uma toada bárbara e triste que se harmoniza bem com as circunstâncias da vida do canoeiro, das quais nasceram; o eco dos igarapés, as melancólicas florestas sem fim; as noites solenes e as cenas desoladas das águas tempestuosas e das terras caídas. Se tais cantos foram inventados pelos índios ou introduzidos pelos portugueses é difícil de resolver, pois muitos dos costumes das classes baixas dos portugueses são tão parecidos com os dos índios que com eles se confundiram. Um dos mais comuns é agreste e lindo. Tem como estribilho as palavras mãe, mãe, arrastando-se na segunda. Os versos são muito variáveis; o melhor cantor de bordo vai improvisando, e os outros fazem o coro. Todos se referem à vida solitária do rio e os sucessos da viagem, os bancos de areia, o vento, o tempo que falta para o ponto onde dormirão, e assim por diante. Os nomes nativos das localidades — Guajará, Tucumanduba, etc. — realçam grandemente o encanto da música bárbara".
Batizados, casamentos, velórios, chegada de barcos são outros tantos motivos de festa,