"Quando a deixei em 1859", escreve, "ela era quase a mesma de minha chegada em 1850, aldeia semi-indiana, com muitos usos e ideias de seu povo mais semelhantes aos de pequena cidade do norte da Europa que de lugarejo sul-americano". E mais adiante: "Os modos do povo nestes divertimentos de que há tantos no correr do ano, sempre me impressionavam por não serem muito diversos dos que eu vira em a velha aldeia perdida num recanto da Inglaterra".
A alimentação é, porém, muito peculiar, diferente mesmo da do resto do Brasil: farinha d'água, tartaruga, pirarucú seco, formam a parte quase exclusiva das refeições. "Vivíamos em Ega, durante a maior parte do ano, de tartaruga", diz Bates. No tempo da seca iam pescar as tartarugas que no inverno eram conservadas em pequenos tanques — os currais. O zoólogo inglês achou sua carne "tenra, gostosa e saudável mas empachosa" e no fim de dois anos ele estava já tão enjoado que não lhe podia sentir nem o cheiro... e não tinha outra coisa para comer. Carne fresca só havia quando alguma rês morria de acidente. O peixe era abundante na boa estação, mas cada família pescava somente para o próprio consumo. O peixe boi era o grande recurso da estação chuvosa, "mas raros Europeus podem comer a carne deste animal". A carne de anta é deliciosa e muito nutritiva. Na falta de pão, tomam-se com o café beijús de goma de aipim.
Apreciou Bates extraordinariamente os frutos tropicais, alguns dos quais de todo desconhecidos no baixo Amazonas: o jabotipuê de polpa gelatinosa e muito perfumada; o pamá, de cor e aspecto