O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

nosso caminho a água. A distância era de cerca de uma légua, seguindo pelo meio da floresta inundada, e se seguíssemos o curso do rio seria muito maior. Era noite, quando chegamos à casa onde se realizava a festa — uma fazenda no rio Manaquiri, emprestada para esse fim, e onde uma sala fora preparada como capela temporária, dedicada a São João. Aproximando-nos da casa luzes sem conta cintilavam na água e na subida para a casa, e a canoa, que transportava a imagens do Santo, era uma profusão de luz, procedente de lâmpadas feitas de cascas de meias laranjas (71),Nota do Autor cheias de óleo de tartaruga. Esta canoa parou no meio do rio e então as pequeninas lâmpadas foram, uma a uma, postas na água, formando longa linha de fogo que a rápida correnteza velozmente arrastou para o Velho Amazonas. A cena de novo se animou pelos numerosos foguetes e mosquetões carregados até quase a boca, e pelos cantos de diversas vozes ásperas, com a música de gaitas (flautas de bambú com dois furos), o martelar de velho tambor e vários tamborins.

"Saltamos quando o santo era levado pela praia e depositado na capela. Fui apresentado ao juiz e juíza, que me levaram para junto do altar, onde eu era simples espectador, enquanto eles e os assistentes se dispunham em semicírculo, o juiz carregando o santo, a juíza, por seu turno, sustentando longo cajado alegremente enfeitado de fitas, e os demais com varas menores, com o mesmo adorno. Cantaram então vésperas, adequadas à ocasião, ao que suponho, e respondidas pela assistência. Terminadas as orações, fomos convidados