Se São Luís foi descendo de seu fastígio de terceiro ou quarto porto comercial do Brasil até o nível de hoje, o interior, como o do Nordeste, seu vizinho, cristalizou e lendo-se as páginas dos que por aí passaram há um século tem-se a impressão de serem escritas ontem, serem o relato do que vemos à beira das estradas onde os automóveis põem uma nota de anacronismo futurista na paisagem quieta, no ambiente pasmado do século XIX.
Do Maranhão conheceu Koster apenas São Luís e Alcântara, que pretendia rivalizar com a capital, já com ar muito cidade, com as moças aparecendo aos estrangeiros, o que seria quase escandaloso no interior.
Em maio de 1875 desembarcou Wells em Carolina, pequena, pacata, com sua aristocracia formada pelo juiz de direito, o vigário, o juiz municipal, o promotor, o delegado de polícia, um advogado, o mestre escola, dois negociantes e alguns fazendeiros, que aí tinham casas de sobrado com um luxo raro de janelas de vidraça, havendo mesmo quem possuísse essa coisa inaudita — um piano. E estranha o silêncio da praça vazia alcatifada de capins, silêncio que não vinha romper o chiar de um só carro de boi ou o tilintar do chocalho de burros de comboio; e do rio onde não se viam balsas ou canoas.
E aí se demora três semanas, à falta de quem lhe queira alugar uma tropa, à espera da viagens do doutor juiz de direito à capital, para seguir em sua companhia. E aproveita o descanço forçado para observar esse povo tão manso, tão tranquilo, sem tricas políticas, onde, à mingua do que fazer, passavam os policiais o tempo a beber, a jogar,