a fumar, morando no calabouço, tornado inútil pela índole do povo (76).Nota do Autor
Nessas três semanas assistiu às novenas do Divino Espírito Santo e de N. S. do Rosário (que escreve Santa Rosaria). A primeira com juiz e juíza brancos, dançando-se na praça, à luz das fogueiras a tambôa e o batuque, ao rub-dub-dub de rústicos pandeiros e ao tun-tun das violas.
A outra novena era a festa dos pretos, muito mais ruidosa e rica.
"Fui conduzido a pequena casa de porta e janela", escreve, "que era o palácio do imperador e imperatriz da festa, um negralhão e uma negra ainda maior e mais gorda, ambos africanos puros. Estavam solenemente sentados em cadeiras postas num estrado sob docel de pano verde e amarelo, cada qual tendo na cabeça coroa de prata maciça e com colares de ouro. O homem envergava o uniforme de capitão do exército brasileiro, e a imperatriz vestido de cambraia amarela e longo manto de pano carmesim; dois negros com o uniforme de cavalaria, de sabres desembainhados, serviam de guardas de honra e várias raparigas negras, vestidas de cambraia branca, eram as damas de honra da imperatriz; estas raparigas eram escravas de várias senhoras da cidade, que tinham emprestado às negras huris todos os seus braceletes, anéis, broches e colares. Fiquei muito surpreso de ver tal exposição de joias, especialmente