superiores aos índios mansos que eram tidos como paradigma da covardia. Mofino como caboclo era expressão corrente para a pusilanimidade de alguém.
Há cem anos vivia esse homem desprezado e forte — o sertanejo — do mesmo modo que o descreve Euclydes da Cunha em fins do século XIX: O trabalho de sol a sol, a ferra, as vaquejadas, o triste abolar pelas estradas sem fim e nas horas de descanso, de longe em longe, os desafios e as danças ou, nos vilarejos perdidos, as cavalhadas, as pastorinhas, o bumba meu boi, o fandango (80).Nota do Autor
Nas danças se diferenciaram sertanejos, índios e negros livres. Os primeiros, nos terreiros batidos dançam o samba, o choradinho, o baião. "Um cabra destalado ralha na viola. Serenam, em vagarosos meneios, as caboclas bonitas. Revoluteia, brabo e corado, o sertanejo moço." E a noite passa, quase casta.
Entre os caboclos, diz Koster, "a dança começa por dois homens, que fazem pequeno circuito de algumas jardas, em passos cadenciados, voltas sobre voltas; um deles cantando ou antes recitando em voz baixa alguma cantiga de sua língua, enquanto os outros tocam um como pifano de sons agudos; de vez em quando pequenos saltos. Pouco depois junta-se a eles uma mulher, que os segue, e