senhores inconscientes, reduzidas a cinzas pela mão da ignorância. E lamentava Walsh que nenhuma punição impedisse, que nenhuma lei procurasse extinguir, se possível, esta prática insana e nefasta. Doce ingenuidade a do capelão anglicano! É passado mais de um século e continuam os lenhadores a devastar as matas do Sumaré, do Andaraí, de Jacarépaguá, em pleno Distrito Federal, a encher caminhões de lenha para casa dos altos funcionários que deviam zelar por sua conservação, a transformar em deserto as margens da estrada Rio-Petrópolis! E dizem que há Código Florestal no Brasil!
Não tinham os tropeiros, tangedores e arrieiros nada de característico no trajar, pois não chamaram a atenção de tantos viajantes que percorreram Minas. Suas horas de lazer eram consumidas nessas infindáveis histórias, ditas devagar, entrecortadas de longos silêncios, enquanto se pica o fumo e se enrola o cigarrinho de palha. Nem os desafios à viola, nem os descantes e sapateados dos almocreves e vaqueiros do Nordeste. O frio ou a chuva tornam as horas da noite incômodas, e cada qual se embioca e se agasalha o melhor que pode; enquanto nas terras de sol, o céu escampo e a terra morna convidam às tardas vigílias.
Os viajantes que não fizeram de Ouro Preto a derradeira etapa do caminho e desceram o Rio das Velhas ou chegaram até o São Francisco buscando o norte, falam do barqueiro de Minas, diverso do da Amazônia.
O meio de transporte mais comum era o ajojo, formado por duas ou três canoas, geralmente de cedro, distantes uma da outra cerca de dois pés, presas por pranchas em dois terços de sua extensão