seu trajar, podem ser imediatamente reconhecidos nas ruas do Rio de Janeiro, distinguindo-se do brasileiro do litoral e dos habitantes de São Paulo."

Quase meio século depois traçava Burton longo perfil do mineiro, que vamos procurar resumir, deixando, porém, tais quais, os trechos principais. Confirma o esboço de Caldcleugh, comentando que muitos lembram a figura de Dom Quixote, e que o seu tom de pele é o mesmo do português dos Algarves. E acrescenta: o crânio é dolicocéfalo, os dentes facilmente se estragam e o aspecto é mais sisudo que o do europeu. Adora a caça, que demora semanas e meses. São geralmente longevos, não fosse a lepra e o papo a dizimá-los (89).Nota do Autor Casam as mulheres muito cedo e, diz Burton, "são comuns uniões entre dezembro de 70 e maio de 15", o marido chama a esposa — minha filha, e ela ao marido — compadre ou primo (!). "Na estrada o paulista descobre-se, dá cordial bom dia e responde de boa vontade às perguntas. O mineiro nos olha de esguelha antes de tocar no chapéu, às vezes a mão fica suspensa entre a sela e a cabeça, infantilmente calculando se o estranho responderá ou não ao cumprimento. As perguntas são respondidas de modo seco, tirando todas as esperanças de conversa. "Enquanto o paulista fala de boca muito aberta, o mineiro cerra os lábios e come as palavras.