O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

mamelucos vivos, alegres e singelos formam a massa da população, parecendo que os imigrantes brancos aí como no Rio Negro e no Alto Amazonas confraternizaram com os aborígenes. Nos arredores de Santarém os índios foram hostis aos portugueses e a mistura de sangues nunca se processou em larga escala. Não achei os habitantes a mesma gente agradável, acessível e de falar rústico e peculiar que eu encontrara em outras cidadezinhas do interior. Os brancos, portugueses e brasileiros, formam uma classe mais numerosa que em outros lugares, e mostram grandes pretensões à civilização: são os negociantes da praça, senhores de escravos, fazendeiros, plantadores de cacau. Entre os principais moradores devem também ser mencionadas as autoridades civis e militares, que são pessoas inteligentes e de boas famílias, vindas de outras províncias. Poucos índios aí vivem, pois a cidade é muito civilizada para eles e a classe inferior é constituída por mestiços, nos quais predomina o sangue negro".

"As maneiras da classe superior (copiadas do Pará) são muito afetadas e formalistas, e a ausência da hospitalidade cordial, que se encontra em outros lugares, produz a princípio uma impressão desagradável. Observa-se muita cerimônia no trato da gente mais elevada entre si e com os estrangeiros. A melhor sala de cada casa é destinada às recepções, e as pessoas devem apresentar-se de roupa preta, não obstante o furioso calor que caustica as ruas arenosas de Santarém ao meio dia, que é a hora das visitas. Na sala há um sofá e cadeiras de junco, envernizados e dourados, dispostos em quadrado, aonde se convidam os visitantes a sentar, enquanto se trocam amabilidades