O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

todos em costume de cerimônia. As senhoras vestem-se muito elegantemente de cambraias e musselinas francesas; possuem todas belos cabelos que arranjam com cuidado e enfeitam com flores, sem nunca ocultá-los ou ao rosto com mantilhas ou chapéu. Os homens, que passam a semana inteira em sórdidos armazéns, em mangas de camisa e de chinelos, aparecem então de roupa preta, com chapéus de castor, gravatas de cetim e botinas de couro muito apertadas. É então o momento das visitas, para o comentário dos escândalos da semana. A moral em Barra parece estar no nível mais baixo possível em centro civilizado: ouvem-se todos os dias, sobre as mais respeitáveis famílias, coisas que dificilmente se acreditariam dos habitantes da pior parte de St. Gile. "

Havia em Barra um americano surdo-mudo, chamado Baker, que se dava por frenólogo. Palpando a cabeça de um português ou brasileiro escrevia sempre: "Gosta muito de mulheres." E o paciente sempre respondia — É verdade — dando mostras de admiração por sua perspicácia. Até os surdos-mudos já se tinham apercebido de nosso principal defeito.

Fala-nos Bates da formosa estrada que leva, através da floresta, a uma cascata, considerada pelos habitantes como a curiosidade natural mais importante. É o sítio favorito dos piqueniques, o ponto clássico de visita de todos os naturalistas, por ter sido o local favorito de Spix e Martius, quando estiveram em Barra. Martius ficou tão impressionado por sua mágica beleza que comemorou a visita, fazendo um esboço do cenário