O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

a preferência dada a este local; sem rio, sem porto e a praia difícil de alcançar; as ondas são violentas e o recife oferece pouca proteção às naus que tentam ancorar na costa. A praia é escarpada, o que torna a arrebentação muito perigosa aos botes que a procuram atravessar. O ancoradouro é ruim e exposto".

Tais condições certamente impediriam "qualquer fundada esperança de seu surto e opulência.''

A vida social da cidade era quase exclusivamente limitada aos funcionários públicos e militares e ao jantar oferecido pelo governador Luiz Borba Alardo de Menezes, festejando o aniversário da rainha, compareceram trinta pessoas, quase todas fardadas. Os homens andavam, em casa, de camisa e ceroulas, e as mulheres em desalinho, de saia e cabeção, sem meias e não raro sem sapatos. Quando elas saiam à rua, o que era muito raro, enrolavam-se num manto de algodãozinho branco, que lhes cobria a cabeça e os ombros, calçando então sapatos.

Natal era ainda menor que Fortaleza e o título de cidade não passava de simples eufemismo: "Muitas aldeias, mesmo no Brasil, são superiores a esta cidade", escreve Koster. A população apenas chegava a 700 pessoas, das quais duzentas a trezentas na cidade baixa. Na praça central casas térreas, três igrejas, o palácio, a prefeitura e a prisão. Saem da praça três ruas, com algumas casas de cada lado. Nem sombra de calçamento. E já por esse tempo havia grande melhoramento em Natal, graças aos esforços do governador Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, pernambucano, mais tarde removido para São Miguel, nos Açores. Até o trajar feminino