O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

A três outras cidades Nordestinas, todas do Ceará, fazem referência Koster e Gardner, e são Aracati, Icó e Crato. Em 1810 Aracati contava 600 habitantes e era do primeiro tipo de povoado: larga rua, paralela ao rio Jaguaribe, na qual se viam três igrejas e casas geralmente de dois andares, porque, diz Koster, as cheias do rio são tais que, não raro, obrigam os moradores a refugiarem-se no sobrado. Em 1839 subira a população a 5000 almas, e havia 4 igrejas. Fora esta cidade a sede de importantes charqueadas, e ainda hoje a carne de charque é conhecida geralmente, do Rio Grande do Norte até a Bahia como carne do Ceará. Mas já em 1810 observava Koster que a carne do Ceará que se consumia no Recife ia do Rio Grande do Sul. As casas de Aracati eram todas feitas de um gradeado de hastes de carnaúba, cheios os interstícios de tijolo.

Subindo o Jaguaribe esteve Gardner em Icó, maior que Aracati, com três ruas principais, cruzadas por outras menores; todas as casas de tijolo e, com exceção de uma meia dúzia, térreas, caiadas de branco. Quatro belas igrejas, a cadeia e a casa do mercado completavam o conjunto. Estranha o botânico inglês a ignorância do vigário, que não se convenceu que ele, sendo Protestante, não fosse pagão.

Crato, visitada pelo mesmo naturalista, era então cidade pequena e miserável, construída de modo irregular, só havendo, em toda ela, um único sobrado. Das duas igrejas uma nunca tinha sido acabada e parecia em ruínas. A cadeia era guardada por dois soldados, que passavam o tempo a jogar ou a dormir, e um sargento preso