onde "o favor de um príncipe fazia um bobo passar por um Solon".
Koster já encontrara Olinda e Iguaraçu decadentes, descidas de seu antigo fastígio. As casas de Olinda, pequenas e baixas, eram cercadas de jardins, deixados ao abandono, mas a antiga capital pernambucana continuava sede de bispado, com a câmara eclesiástica e o seminário. Apesar de decadente, não era desolado o seu aspecto, ressumando um ar de tranquilidade e repouso. "A decadência de Olinda era considerada por muitos de seus habitantes", diz Henderson, "como castigo ao orgulho dos ricos, cuja vida licenciosa chegara a tal ponto que, como um pregador clamasse contra os vícios da gente da cidade, as pessoas da alta sociedade mandaram que ele se calasse e o arrancaram violentamente do púlpito".
Doze anos depois de Koster escreveria Maria Graham "Eu estava surpresa pela extrema beleza de Olinda, ou antes do que ainda resta dessa cidade, agora em melancólica decadência. Os habitantes mais ricos há muito que se foram para a cidade baixa. As rendas do bispado, sendo reclamadas pela coroa, suprimidos quase todos os mosteiros, mesmo o esplendor factício das cores eclesiásticas já não existe. O colégio onde os moços recebiam alguma educação, embora imperfeita, está quase em ruínas, encontrando-se dificilmente uma casa ainda de pé". Informa a mesma escritora que no seminário de Olinda ensinara Vieira a retórica, tendo apenas 18 anos de idade, e escrevera comentários sobre os clássicos.