O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Na sexta-feira santa assistiu Koster a uma cerimônia sacra, na qual se viam aos pés da cruz São João e Maria Madalena, representada esta última por uma mulher "cuja conduta, para que nada faltasse à semelhança, não era das mais puras".

Achou as pernambucanas bonitas; "mas é entre as mulatas que se encontram as mais formosas, mais vivas e espirituosas, mais ativas de corpo e de espírito". As senhoras de sociedade conversavam muito bem, podendo abordar qualquer assunto. Aliás, nessa época de transição a que assistia, observou em pessoas da mesma categoria social maneiras muito diversas.

A carne vendia-se então à 320 réis (uma pataca) a arroba e a cachaça a 80 rs. a canada. A carne do Ceará vinha do Rio Grande do Sul, como a farinha de trigo, mas em 1814, em vésperas de voltar para a Inglaterra, viu Koster lindas espigas de trigo cultivado em Campina Grande.

Nos meses secos retirava-se a gente para o campo, dando Koster como local preferido Poço da Panela, com uma fila de casas, paralela ao rio Capibaribe, que era navegável até Apepucos. Mas Waterton escreve: "Ricos e pobres, moços e velhos, estrangeiros e naturais, todos saem da cidade para gozar o campo, até a quaresma. Aldeias e povoações, onde antes só se viam farrapos, agora luzem na última elegância dos trajos; cada casa, cada sala, cada cabana se torna ponto escolhido por aqueles que, algumas semanas antes, só aceitariam semelhante residência em caso de extrema necessidade; e são danças ou passeios entre os laranjais, enchendo-se as estradas, à tarde, de sedas e joias". O governador veraneava em Monteiro,