mais sujo da terra": uma rua estreita, de casas altas e sombrias, atravancada pelos bancos e ferramentas dos artífices, tabuleiros dos quitandeiros, vendedores de linguiças, chouriço, peixe-frito e guloseimas, negros trançando balaios e chapéus, cadeirinhas com seus carregadores, cães, porcos, patos, galinhas, numa confusão e promiscuidade repelentes, vendo-se na sargeta do meio da rua todos os detritos, atirados das tendas e janelas, servindo de pasto aos porcos.
"A rua que desce do palácio para a cidade baixa", escreve Lindley, "é conhecida de todos os estrangeiros pelo acúmulo excessivo de imundícies nauseantes, ao alcance das vistas e do olfato do governador!" (20)Nota do Autor .
A cidade alta é incomparavelmente mais asseada nas ruas que a baixa, mas mesmo aí as casas apresentam sórdida aparência, com o andar térreo ocupado peta moradia dos escravos, lojas e estábulos e como as escadas estreitas e escuras, e o interior "realiza completamente o que de nojento o exterior promete", diz Lindley que, generalizando, continua: "Nunca vi uma região onde os habitantes sejam tão descuidados com o asseio como no Brasil". Em 1802 não havia nenhuma janela envidraçada e as casas altas alternavam com mocambos de barro, de telha van e uma única janela gradeada.
Duas praças principais: a do palácio e a do colégio dos Jesuítas. O palácio do governador (1802) era velha construção sem importância.