O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Completavam a praça a corte da Relação, o senado e a prisão: extenso edifício de divisões inferiores excessivamente fortes e seguras, de janelas com duas filas de barras circulares de ferro, e com as câmaras secretas, sem luz, fechadas por sólidas portas e destinadas aos criminosos de estado e da inquisição. Esses edifícios públicos vinham do século XVII. As pessoas das classes mais elevada moravam fora do centro, em elegantes vivendas, cercadas de jardim, no caminho que leva a Santo Antônio da Barra, aí visitando Maria Graham ao Consul inglês.

"Como em todas as cidades católicas", escreve Lindley, "são as igrejas os edifícios mais notáveis, aqueles aos quais se prestou maior atenção e que mais custaram". É natural que os visitantes deem suas impressões sobre alguns desses templos.

A catedral, que em 1803 caía em ruínas, foi reparada e já Maria Graham (1821) fala de seu agradável aspecto. Era a grande igreja, que pertencera aos jesuítas, a construção mais elegante da cidade, toda construída de mármore europeu, e com ornamentação interna de exagerada riqueza: as grades do altar-mor de bronze, os painéis de madeira incrustados de tartaruga, o presbitério e as capelas laterais cheias de doirados, imagens e pinturas entre as quais de grande valor as que representam Santo Inácio de Loiola e São Francisco Xavier: o colégio e mosteiro, abandonados desde a expulsão dos jesuítas fora transformado nos últimos anos do século XVIII em "cômodo hospital". Em suas paredes várias pinturas murais representando passagens da vida de Santo Estanislau de Kostka.