A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

de batalha e nas lutas políticas internas, está, portanto, na lógica de seu caráter, salvo a confissão, que daí resulta, da impotência de todas para realizar o ideal da fraternidade.

Reunindo as consciências sob os princípios da fé, da filosofia e da moral, as religiões podem, entretanto, exercer, nas sociedades, salutar ação coesiva, se dirigirem os crentes para aplicação desses princípios na vida social, sem fazer deles bandeiras partidárias. Toda a dificuldade do problema da influência religiosa está neste ponto. Mantidos na região alta das consciências, os ideais religiosos não colidem com o feitio temporal das sociedades; podem atuar, geral e sobranceiramente, como um fator de correção e de retificação. Descendo, porém, desta esfera para o campo da vida prática, o sentimento religioso perde a serenidade e a tolerância, virtudes capitais da disciplina das consciências. Sacerdotes e fiéis passam a confundir móveis e interesses da moral prática, políticos ou materiais, com os nobres ditames da crença; e como aqueles, pela fatalidade dos impulsos materiais do homem, são mais imperiosos, a moral espiritual corrompe-se, a ideia religiosa perverte-se em baixo estímulo partidário, e a crença, seca de seiva espiritual, não é senão uma divisa facciosa.

Tal foi a causa do enfraquecimento do nexo religioso. Sendo impossível manter a celeste beatitude que inspirou mártires e apóstolos, a religião decaiu em partido. A obra de proselitismo, contentando-se com um mínimo de fé e de consciência moral em cada indivíduo, procurou desenvolver-se, pelo volume da massa dos crentes; ao objetivo de fortalecer a cultura espiritual sucedeu