de gozo para gozo, de curiosidade para curiosidade, a fibra que age é a fibra do "eterno masculino", a força do animal de espírito e de energia, correndo sem repouso em busca do álveo onde impulsionar a corrente de suas forças criadoras.
O imperativo do trabalho e da produção é o móvel da vida psíquica, a fonte verdadeira da alegria. O homem feliz é o que caminha, na existência, sentindo viver as fibras íntimas e profundas de seu ser fisiológico e moral. E porque o trabalho e a produção são o destino imperioso do homem, ricos e pobres aplicam com ardor as forças do corpo e do espírito, que não consentem em deixar parar enquanto a última fração de energia não tem lançado a sua última parcela de produção...
Simplesmente, há uma lógica necessária entre a tendência produtiva do homem e sua produção. A lei que preside ao desenvolvimento e à sorte do vegetal dirige também o destino da atividade humana. Se o esforço produz atos e seres, frutos da missão particular do indivíduo, determinada por seus órgãos e faculdades, que entram para o acervo da vida geral como parcelas esperadas da imensa elaboração, simultânea, de todas as outras forças e energias do universo, o homem é o grande animal feliz, o conquistador, laureado perante seu próprio ser íntimo, da obra de seu sangue e de seus nervos.
É esta a felicidade real, que o homem tem vivido a procurar — desgarrado, nas pesquisas do descobrimento, pela ilusão do sobrenatural e pelo prazer de alegrias estéreis.
A própria existência do ocioso é uma incessante procura de atividade e de emprego de forças,