que se perdem no vício, na moda, nas manias, até que o assalta a paralisia progressiva das energias que se atrofiam. Os maiores miseráveis do mundo são os milionários céticos. Atingindo a culminância, onde supunham achar o fruto divino da felicidade, e não compreendendo o épico sentido da lei do ideal que arrasta o homem para seu destino, caem, desiludidos, perante a insignificância do prêmio material.
A base da prosperidade de um país novo está neste princípio, que pode ser considerado a primeira lei orgânica das sociedades contemporâneas: assegurar a todos os homens a posse dos elementos necessários à vida sã, do corpo e do espírito, provendo-lhes os meios indispensáveis ao exercício de suas aptidões, segundo a direção de suas capacidades.
Por sua extensão, seus climas variados e suas diferentes zonas de cultura, o Brasil dir-se-ia feito para reunir e abrigar povos de origens e raças diferentes. Nenhum outro país pode, talvez, em iguais condições, realizar o tipo da sociedade política cosmopolita, que é o fim natural das nações novas. A humanidade de nossos dias, consciente de suas necessidades e de seus interesses, tende a realizar, sobre o planeta, um vasto movimento de migrações, espalhar-se, por indivíduos ou por grupos isolados.
Esta aspiração não se traduz por uma solução natural, dos indivíduos e das classes sociais inferiores: traduz-se por uma necessidade, real ou aparente, da geração contemporânea. É um fado desta fase da História: não é uma medida econômica, nem uma solução à escassez de gente dos países novos, e ao excesso de população, dos velhos