conflitos com outros povos, bruscas imigrações, imprevistas elevações de novos elementos étnicos e sociais, alteravam os critérios da hierarquia e os estalões da influência, o impulso revolucionário derrubava as formações espontâneas do evoluir temporal; nas duas últimas, principalmente, logo que a ação construtora dos legisladores abandonou o princípio da observação das formas estabelecidas da vida social, fazendo intervir, na ação legislativa, a faculdade de concepção, — método, em sua forma apriorística, do trabalho mental de estudiosos e pensadores — a ambição intelectual estabeleceu entre as forças da sociedade uma nova fonte de revoluções. Filósofos, pensadores e políticos passaram a criar instituições.
Estes primeiros conquistadores da majestade e seus sucessores: os chefes guerreiros fundaram regímens de caráter essencialmente representativo, onde a dominação surgia da forma natural das sociedades, como fruto espontâneo de seu desenvolvimento. As sociedades mais remotas, governadas por feiticeiros ou por guerreiros, possuíram, assim, um governo quase popular: seus chefes fundaram a "autoridade", isto é, o poder discricionário sobre os povos, e não o "absolutismo", isto é, a pressão da força sobre a sociedade e sobre o indivíduo. Este resultou já de um robustecimento da ambição de domínio, com a herança da majestade.
Data daí a primeira separação da autoridade temporal e da espiritual; a instalação definitiva da força física como arbítrio dos destinos dos povos. Não sendo, em regra, os homens mais capazes da nação, os chefes hereditários erigiram a força em arbítrio supremo da vida; e os diretores