A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

para minorar os males de hoje, e para preparar gerações de homens capazes de servir ao país, entregue ao fortuito dos impulsos pessoais e das tendências de cada geração, sem nexo coletivo e sem orientação social.

Cumpre reagir, por outro lado, contra a quase inteira alienação do nosso patrimônio industrial e de nossos principais instrumentos de comércio e de viação. Seja qual for a importância das empresas estrangeiras que se estão estabelecendo no Brasil, é inegável que se está operando um movimento de apropriação de indústrias nacionais por capitalistas europeus e americanos e que este movimento não vem senão avolumar o flagrante da nossa renúncia à direção da nossa vida econômica, manifesta na antiquíssima ocupação por estrangeiros das primeiras posições na indústria e no comércio — abandono que se prolongará para o futuro com os próprios descendentes das novas raças, destinadas, segundo a espúria aspiração de alguns, a substituir as nossas, porque a realidade, provada pela experiência, é que todas as raças degeneram quando não recebem educação para o trabalho e não encontram meio propício à conservação e à prosperidade.

Sob outro aspecto, é força reagir contra a noção, corrente por toda a parte, de que o destino econômico dos povos é o de explorar ou fazer explorar riquezas, devastando sucessivamente minas, jazidas e novas regiões virgens, o que importa decretar a destruição irremediável de tesouros elaborados durante toda a formação da Terra, em simples sacrifício à cobiça, ao passo que vão sendo desprezadas as terras a que se roubou