A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

decretadas por um espírito e uma vontade superior mediante modelos e unidades existentes? Mas esta noção, a menos que a não imponha cego dogmatismo, não pode ser hoje professada, nem mesmo por crentes que não admitam recantos obscuros no espírito. Ideias e ideais, o homem os possui, porque possui a faculdade de conceber; muitos destes ideais representam sementes e fontes de tendências; mas a não serem profetas, místicos e iluminados, que andaram a criar ou a receber, por sugestão, leis e preceitos a priori, não é mais possível ter por normas e prescrições os mais belos ideais e as mais nobres aspirações. A vida não obedece a dogmas: não são ainda conhecidos o estalão e a unidade do ideal, nem de seus corolários. O \"progresso\" só pode significar, assim, o fato do prosseguir consciente do homem, com fito em sua adaptação à Terra e na adaptação de indivíduos a indivíduos e do indivíduo à sociedade. Outra qualquer noção importaria ao conceito elementos arbitrários.

Tanto basta para que cheguemos à conclusão idêntica a que atingimos, quanto à ideia da civilização: não e possível reconhecer \"progresso\" na humanidade, desde que somos forçados a confessar que os problemas da natureza da Terra, do homem e da sociedade e os das relações recíprocas entre uns e outros não estão ainda estudados. E se não é possível também contestá-lo de todo, pela mesma razão de que movimentos e atritos entre o homem, a sociedade e a Terra devem ter produzido adaptações eventuais, não é lícito dar a estes fatos valor muito considerável.

Estas conclusões conduzem à terceira tese