nem uma \"ciência política\", assim como é muito de crer que o esclarecimento da nossa razão irá, dia a dia, demonstrando que as aplicações da \"ciência\" à prática são, em grande número de casos, ilusões da nossa visão espacial ou temporal, o que não obsta à possibilidade da solução racional dos problemas humanos.
Sociologia e Política são instrumentos da razão ou, se quiserem, do pensamento, na investigação das relações e dos sucessos; e suas probabilidades de acerto dependem do grau de desenvolvimento e de vastidão da razão, aplicada ao exame dos dados da observação — da experience, dos ingleses, como sinônimo de exercício da mentalidade e do seu enriquecimento em informações e em prática, no uso e no tirocínio da vida. É uma questão de lucidez e de alcance, de número de fatos e poder de generalização. Os métodos da política podem ser assim resumidos nestes quatro verbos: vir, estudar, praticar e refletir: critério que, emancipando o espírito de abstrações preconcebidas, aproxima-o da vida. Eis o que explica a falência ordinária da política e da arte de governar, ao lado de casos excepcionais e surpreendentes de acerto: é que o gênio vê o que a capacidade teórica é incapaz de apreender. Washington, ao lado de Jeferson: o acerto, obra de uma lúcida e alta compreensão, ao lado dos erros da capacidade culta e brilhante.
Cumpre renunciar, por outro lado, à ideia de que a forma de governo deve obedecer a um sistema qualquer. A vida dos indivíduos e das sociedades não é suscetível de subordinação a sistemas.