A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

ainda mais, do terreno da satisfação das necessidades e das utilidades humanas, para produzir — com o próprio imprevisto e exagero de sua ação e de seu alcance — um retrocesso na evolução do homem e no desenvolvimento das forças econômicas mais úteis à vida e à saúde.

Esse movimento prejudicou e desmoralizou o trabalho, no conjunto de seus frutos, e excitou as ambições, destruindo uma das melhores bases da civilização equilibrada e sã: a das populações estáveis, sedentárias, vivendo na paz e no conforto dos labores da terra, com a cultura de tudo, ou de quase tudo, quanto interessa à vida — populações que, com progresso menos vertiginoso dos meios mecânicos de produção e de transporte e dos instrumentos de circulação comercial, iriam ganhando mais sólida prosperidade. As emigrações de populações rurais europeias para a América devem-se, em não pequena parte, à crise que estes melhoramentos trouxeram ao regime de produção pelo trabalho direto em pequenas propriedades: abalo econômico que não fez senão remeter as populações para novas regiões, onde contam restabelecer a vida que tinham, esperança que a política de desenvolvimento ferroviário e comercial desiludirá em breve, por sua vez, nos próprios países novos.

A velocidade e a comodidade nas viagens por estrada de ferro e as facilidades ao comércio de exportação e de importação dão aos olhos do povo a imagem de um grande melhoramento e, com ela, a ilusão do progresso. Esta vantagem, evidente para os habitantes da zona percorrida pelas estradas de ferro, que viajam e que fazem negócios, não é sempre um benefício para as localidades e populações