a ampliação das próprias ambições e possibilidades, multiplicadas pela generalização das capacidades. Dos conflitos daí resultantes virá a expressão natural da energia da espécie: o imperativo de produção e de eficiência — força real e essência dinâmica de todos os seres vivos.
Por isto, está toda a sociedade dividida, na quadra atual da civilização, em duas vastas classes: a dos que exploram as forças do capital e da inteligência instruída, e a dos que são explorados, vencidos, eliminados pela vitória, lenta mas segura, daqueles. Este esforço por subordinar a quase totalidade da espécie à nova aristocracia manifesta-se, principalmente, na exploração dos países novos — pois que os velhos já não oferecem campo suficiente às ambições. É isto que explica o desenvolvimento colossal da sociedade parasita, flutuante e ociosa, que nos Estados Unidos e na Europa, em todo o orbe civilizado, dá vida fictícia e artificial às grandes capitais e às estações de vilegiatura, de luxo e de gozo, fazendo florescer uma vegetação asfixiante de sarmentos, sobre massas tanto mais miseráveis quanto não recebem das outras classes senão modelos de ambição e exemplos de amor ao luxo.
Para nós, o problema complica-se ainda mais, por força desta razão, que o estudo da nossa natureza destaca: o esgoto das riquezas é muito mais rápido, em nosso território, e as alterações climatéricas e meteóricas, muito mais graves. O abandono do país a esta espécie de exploração representa a sua condenação, em muito mais breve prazo; e, pois, que os espíritos, dentro e fora do Brasil, pendem a favorecê-la e estimulá-la, a nossa ruína será