mostram é uma forte tendência para a paz armada, o que vale dizer: uma tendência, senão para perpetuar o uso das guerras, para manter o equilíbrio internacional sobre a base da força militar.
Seja este o propósito dos formidaveis armamentos que fazem as potências, seja o de chegar à paz pelo abuso do militarismo: uma aplicação final extrema do postulado de Tácito — se vis pacem para bellum, não é possível depositar confiança, por enquanto, no propoáito dos intuitos pacíficos das potências militares e na firmeza de seus projetos, — tão instáveis são ainda os sentimentos e ideias dos grupos governantes, e tão numerosas as possibilidades de acidentes que os desviem de seus planos — em regra mais românticos e teóricos que assentados. A guerra é, hoje, unia instituição puramente política, quase puramente governamental — mantida pela sociedade dos que governam, nas monarquias, e por preconceito, sobrevivente de velhas tradições, nos círculos oficiais das democracias. Enquanto se não tornar efetiva a ação da ideia-força, que resulta do determinismo dos fenômenos práticos e gerais da sociedade, todos os imprevistos são possíveis.
Seja o ânimo dos governos manter a política da guerra, ou a da simples pressão militar, a posição do Brasil é a de um país exposto a todas as eventualidades de conflito. Ora, no estado atual da política humana, confiar a nossa segurança à defesa militar, é quase uma ingenuidade. Não podemos fazer mais sacrificios com armamentos. A nossa melhor defesa, — quase que se poderia dizer: a única — é a que consiste em evitar os motivos