A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

ataque à sua soberania política. Foi mister que se impusesse à sagacidade de seus estadistas o urgente e colossal interesse da abertura do canal, para que se lhes pudesse atribuir, na política dessa região, uma iniciativa ofensiva à Colômbia.

A crise do México resulta de causas, que se diriam um superlativo, ou melhor, uma hipérbole, do caso das repúblicas sul-americanas: um país pouco culto, tendo caído, das mãos de um ditador que o manteve subjugado por dezenas de anos, sem jamais o organizar, em um estado de anarquia, inepta e sanguinolenta.

Tirania, politiquice, ignorância popular e incompetência dos governantes, abandono da vida econômica em mãos de estrangeiros, fazendo desse belo país um cenário de lutas bárbaras, só igualadas pela memória dos ritos canibais de seus astecas, onde os nacionais não se ocupam senão de manobras astuciosas, na paz, e de guerrilhas, para conquistar o poder, enquanto os estrangeiros procuram defender, à custa do prestígio e da autonomia do país, interesses que lhes foram abandonados: eis o quadro da vida política desse grande país.

Se ao impulso das forças espontâneas da sociedade se juntar, na política internacional, a ação deliberada dos governos, e estivermos em vésperas do estabelecimento da paz permanente entre as nações, nossa posição, melhorando em tranquilidade, quanto à hipótese de uma conquista política — coisa não muito para temorizar, não é nunca ocioso repeti-lo por desnecessária a qualquer potência e difícil de realizar, no