da vida prática. É preciso que nos não iludamos sobre o valor dos movimentos sociais, que voltemos os olhos para interesses mais profundos e práticos. A paz corresponde ao interesse de todos os povos, atende à conveniência atual de alguns governos, e será repelida por outros, por motivos de oportunidade. Por nosso lado, temos todo interesse em promovê-la e abreviá-la, mas precisamos estar prevenidos de que ela não resolve os perigos que nos ameaçam, na política internacional, podendo precipitar-nos, pelo contrário, de envolta com a ilusão e os entusiasmos da vitória moral, numa política idílica, em que sacrifiquemos os interesses vitais da Pátria.
O Brasil carece precaver-se, em primeiro lugar, de continuar a ser colônia do capital e do trabalho estrangeiro: defender-se, depois, do exagerado desenvolvimento do comércio estrangeiro no país, principalmente no que toca à gestão de suas riquezas e de suas relações econômicas, à vida e às necessidades ordinárias da população. A exploração econômica de um território convém mais, frequentes vezes, às nações fortes, do que a ocupação política. A exploração não é impedida pela paz, e pode, pelo contrário, achar, em seu regime, melhores bases de apoio e desenvolvimento. Ainda nesta hipótese, temos o máximo interesse em promover a organização do país.
Na base desta organização está a política econômica. É o próprio fundamento da vida social, jurídica e moral de um povo. Sem valor econômico, o homem não pode ter personalidade. É sob este aspecto que se mostra a maior fraqueza da sociedade nacional. O brasileiro não