A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

— seguindo o estímulo da ambição dos que o praticam e obedecendo às flutuações das condições de força e resistência de produtores e consumidores, bem como das preferências gerais; e goza, em todas as coletividades, e, particularmente, nas democracias burguesas, de uma posição privilegiada: localização nas grandes cidades do litoral, ou nos centros populosos das zonas rurais, contando com capitais e facilidades de crédito que os produtores estão longe de conseguir, dispondo de influência na política, no governo, na imprensa, apoiado, em suma, por essa coluna de pequenas supremacias e privilégios que costumes e instituições tradicionais conferem às forças mais sólidas da sociedade, ele tende a abusar, em primeiro lugar, das inclinações mal orientadas dos consumidores, e a oprimir os produtores e explorar os consumidores, depois, não tão somente com seus monopólios e açambarcamentos ostensivos, mas com as vantagens, ordinárias e desconhecidas, de seus lucros exorbitantes e suas especulações.

Um dos grandes erros da orientação política corrente é a ideia de que o apoio direto ao comércio desenvolve a riqueza nacional e favorece as populações. A base psicológica da natureza do comércio é dissimulada sob a noção convencional que lhe atribui a Economia Política clássica. O comércio é instrumento de trocas, porém não atua, em seu funcionamento, de acordo com as necessidades reais, senão de acordo com a ambição dos comerciantes e com o critério dos consumidores, desvirtuado, de tempos imemoriais, por vícios sociais e por artifícios daqueles, habituados a jogar com a fraqueza dos produtores e com a ignorância, e, muito frequentemente, com