Esse livro admirável "que não se pode ler sem lágrimas nos olhos", como diz Souza Ferreira, é um poema da honra.
Com legítimo desvanecimento, repito as palavras com que um órgão da nossa imprensa vespertina, O Globo, premiou a minha conferência, interpretando-lhe intimamente o pensamento:
"A conferência do Sr. Alberto de Faria sobre o Visconde de Mauá, uma das maiores e mais ignoradas glórias do país, é um documento que a um tempo conforta e entristece, porque nos diz do valor dos homens de ontem, e das misérias de todos os dias. É o quadro da existência daquele modelo de patriotismo, daquela têmpera de aço, e daquele fecundo talento, e tanto mais impressionante quanto é certo que o conferencista tirou com segurança todas as linhas da perspectiva, deu a tudo equilíbrio, luz e cor, para que a invocação, tela ou retrato, tivesse vida e verdade. O intuito do escrupuloso conferencista se despega claramente neste trecho, elegante e simples:
"O que eu quero acentuar, meus jovens compatriotas, neste momento, quando a vossa existência brota numa atmosfera de ceticismo em que os homens olham para o poder e para a autoridade, ou como um inimigo a combater ou como um cofre de graças a cortejar por todos os processos, é que essa carreira brilhante, essa marcha triunfal para a fortuna e para a glória, nunca lhe custou uma fraqueza, nunca lhe pediu uma curvatura à espinha dorsal."
Sim! O que resulta da vida de Mauá é, sobretudo, uma belíssima página de moral.
Porque tenho tal convicção, ofereço este livro aos moços do meu país.