O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

mas não há no Rio nem filósofos nem economistas". E lamenta o desperdício d'água da Carioca, numa cidade onde é tão escassa.

Entre os raros pontos de recreio destaca o Passeio Público, apesar do seu estilo formal e do pouco trato. Elogia o portão de mestre Valentim (cujo nome, aliás, não refere), e não esquece os jacarés de bronze, o cupido sobre a tartaruga com a inscrição — Sou útil inda brincando-, as "pirâmides de granito de boas proporções", que ainda hoje, fugindo ao burburinho tão próximo da Cinelândia, um que outro curioso para a contemplar, horrorizado daquela pérgula monstruosa que uma administração idiota fez construir no terraço, então coberto por latada de maracujás e em cuja extremidade "havia pequeno pavilhão, ornado de pinturas e doirados. O interior era octogonal, com quatro janelas envidraçadas e duas portas. Num desses pavilhões havia pinturas afresco, mostrando os produtos e manufaturas da região: plantações de anil, algodão, cana de açúcar, mandioca e milho, bem como os vários modos de colheita e preparo, até o transporte para o mercado. No outro um panorama do Rio e alguns grandes acontecimentos da História da cidade, entre os quais se incluía uma batalha naval, dentro da baía de Guanabara... contra navios holandeses". Já em 1813 encontra Luccock novas ruas, as velhas mais asseadas, de casas pintadas com gosto e, em vez das gelosias, balcões com plantas e flores.

Maria Graham, que foi residir em "confortável casa em um dos subúrbios do Rio, chamado Catete", aqui chegada a 15 de Dezembro de 1821, só no dia 31 se resolve a fazer essa longa viagem. Vem pela estrada marginada de agradáveis vivendas