Rodrigo de Freitas, onde um lado é limitado pelas magníficas encostas do Corcovado e o outro pelos românticos promontórios da baía e lagoa. O jardim é vasta planície de umas cinquenta jeiras, dividida em compartimentos por avenidas de plantas exóticas, entre as quais sobressai a da noz de Sumatra, (Vernicia montana), de rápido crescimento, dando ampla sombra e tal profusão de fruto que os caminhos ficam cobertos de grandes nozes, muito oleosas. Segue-se em abundância a fruta-pão, que prospera com igual intensidade, mostrando entre as folhas imensas, um fruto esférico, parecendo no tamanho, forma e cor, pães de trigo suspensos. Mas a seção mais interessante é o das plantações de chá. Ocupam vários canteiros, de meia jeira quadrada, mas não parece ter correspondido à expectativa. Os arbustos são enfezados, doentes e cobertos de musgo, e os Chineses, a cujos cuidados foram entregues, já os abandonaram. É chamado jardim botânico, mas tem muito pouco que justifique o nome. Aí só se encontra porção mínima da imensa variedade de plantas indígenas, e sem a menor tentativa de classificação ou arranjo científico. O jardim é, de fato, pouco mais que um refúgio onde vem a gente passear e fazer piquenique".
Gardner, em 1839, repete que "é mais passeio público que Jardim Botânico, pois com exceção de algumas árvores e arbustos das Índias e algumas plantas herbáceas da Europa, há pouco que justifique esse nome. Do número imenso de belas plantas indígenas vi muito poucas. Mas o botânico europeu é bem pago dessa visita, pela vista de algumas grandes árvores de fruta-pão e jaqueiras, de folhas inteiras, muito menores, e monstruosos