O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

do Rio parecia tartamuda: não havia a turbulência da meninice; a vivacidade da juventude; o entusiasmo ruidoso da maturidade".

Os únicos sons que vinham quebrar a monotonia era o canto plangente dos carregadores e o chiar estrídulo e irritante dos carros de bois. Depois... as coisas se modificaram, para tortura dos ouvidos. Por volta de 1880 escreve Wells: "Quando espiamos através das janelas sem cortinados, aparecem interiores nus, sem conforto, totalmente desprovidos desses pequenos nadas que formam um lar, e vemos a colocação formal dos sofás de palhinha e das cadeiras de junco; tapetes de tom berrante, vasos baratos e extravagantes, enfeites de pechisbeque, mesas de tampo de mármore e, às vezes, como único conforto, uma cadeira de balanço". As casas mais ricas se apresentam com extravagantes decorações de estuque e caprichosos trabalhos de madeira; nas janelas pendem pesadas cortinas e a sala é ornamentada com custosos móveis franceses, mas sem que aí se note o menor indício de bom gosto ou sinais de mãos femininas. Mas em qualquer casa rica ou pobre, dia e noite o ruído ininterrupto "de pianos asmáticos, de pianos tachos, de pianos harmoniosos, de pianos de todos os sons e feitios", que o fazia invejar o "abençoado Rio de 1817".

Nas alcovas bons leitos com mosquiteiro, enxergão duro, travesseiros redondos, excelentes lençóis e uma coberta clara. Nunca se usavam cobertores, apenas uma colcha no inverno, e barretes de dormir só muito raramente. Enchiam o quarto baús e caixas de couro, e cestos de vários feitios, sendo coisa rara uma cômoda.