das calças, com as pernas nuas e os pés metidos em tamancos. Se a visita é de cerimônia o criado a leva para a sala, onde fica a esperar mais de meia hora, quando o dono da casa aparece. Ambos se curvam profundamente, a certa distância, e nesta reverência ganha tempo para avaliar do nível social e das intenções do visitante." Tratando dessa saudação diz Luccock: "Estas mesuras entre estranhos e esta lenta aproximação parecem-me louváveis, pois dão oportunidade para que se meçam e apreciem, evitando mil equívocos grosseiros e igualmente desculpas descabidas." Mas acrescenta: "Como os meus compatriotas, participo do horror ao abraço brasileiro."
Nas festas familiares — chás, jantares, saraus — não se reuniam as pessoas de sexos diferentes: ora as mulheres ficavam sentadas na sala de visitas, perambulando os homens pelas outras; ora os homens se grupavam de um lado da sala e as senhoras do outro; ora, mas já menos geral, sentavam-se todos, o marido sempre ao lado da esposa, o que, diz Luccock, "denotava exageros de ciúme, mas que não deixava de ser prudente em raça tão violenta." Quando as moças solteiras apareciam às visitas era uma prova da mais alta consideração e confiança, e mesmo no tempo de Maria Graham, as donzelas nunca assistiam a bodas.
A reserva com os estrangeiros conservou-se extremada durante muitos anos. Se algum se aventurava a fazer visitas, diz Henderson, "depois de certa cerimônia, eles acompanham a pessoa até o topo da escada, esperam que chegue ao patamar, para obrigá-lo a voltar-se, a receber a última saudação, e está tudo acabado." Nunca convidam para comer: isso, que Henderson leva à