conta de desatenção é atribuído por Walsh "à excessiva deficiência da economia doméstica." Os brasileiros, diz ele, "não são indispostos à hospitalidade e constantemente aceitam convites de estrangeiros mas raramente os retribuem." E acrescenta: "As maneiras do povo do Rio, embora não sejam polidas, são amáveis e cordiais."

É curioso ver como vestiam os cariocas há um século. Depois, quando as relações com a Europa se foram tornando mais regulares e mais frequentes, as modas do outro lado do Atlântico chegaram mais rápidas, sendo logo aceitas, ditando suas leis. Era frisante o contraste entre o desleixo do vestuário caseiro e o requinte exagerado do trajar em público, especialmente nos homens, como salientamos nos Visitantes do Primeiro Império, citando os comentários ele Oliveira Lima.

Os homens em casa ficam de camisa e ceroulas ou, os mais ricos e elegantes, de chambre. As mulheres apresentam-se em casa apenas de saia e cabeção, este caindo dos ombros; nunca usam meias e só muito raramente chinelas ou tamancos. O cabelo comprido e geralmente despenteado, amarrado com uma fita por trás da cabeça, ou enrolado em cocó. Às vezes juntam um ramo de flores artificiais, de seda, vidrilho ou papel, feitas por elas, e os élitros de alguns besouros de tons metálicos.

Na rua... Ouçamos a descrição de Caldcleugh "Às primeiras horas a família prepara-se para ir à igreja e marcha, quase sem exceção, na seguinte ordem: primeiro o chefe, de chapéu alto, calças brancas, jaqueta de linho azul, sapatos e meias de fivelas e com uma bengala de castão de ouro; segue-se a mulher, de cambraia branca,