O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Já em 1808 eram cultivadas todas as hortaliças da Europa, exceto nabos. Mas a principal comida era o feijão com toucinho e carne seca, substituindo a farinha ao pão em quase todas as mesas. O feijão com farinha parecia, segundo Walsh, besouros negros arrastando-se num montão de cal. Às vezes o jantar do pobre se limitava à farinha de mandioca com caldo de laranja ou carne seca. E um irlandês, a quem foi servida tal ração, queixava-se de que só lhe "davam para comer serragem com sola." Usava-se também a farinha de milho que, diz Walsh, "as vezes é cozida com açúcar ou melado formando o que se chama angú de milho (sic): é um bom pudim."

Conta-nos o mesmo Rev.: "A semente de um arbusto nativo, chamado fedegoso, frequentemente é torrado e usado como café e por alguns muito mais apreciado".

Todos louvam os nossos frutos, baratos e saborosos. Em 1828 comprava-se um abacaxi por um vintém. Em 1808 era proibida a cultura da parreira no Brasil. Durante muitos anos foram abundantes no mercado a grumixama (que Walsh considera o mais agradável dos frutos nativos), dando deliciosa geleia, a pitanga, da qual se destilava agradável aguardente, e o cambuí, enchendo inteiramente a praia arenosa entre Botafogo e o Pão de Açúcar. Quase não havia quintal no Rio que não tivesse mamoeiro, sendo "um dos traços característicos da cidade". Achou-lhe Walsh cheiro animal e sabor muito semelhante ao do tutano. E a castanha de cajú, "quando chegada à chama da candeia emite vapor inflamável que queima, com explosão e provoca pequeno