de Minas, muitíssimo inferior ao Cheshire inglês mas... muito mais barato.
A principal refeição era o jantar, tomado ás 2 horas e as viandas triviais — a sopa, com abundância de verduras, carne seca, feijão e farinha. Os alimentos líquidos vinham em sopeiras e terrinas e os secos em cestas ou cuias e eram comidos em pequenos pratos de Lisboa. Só os homens usavam facas; mulheres e crianças comiam com os dedos. Nos jantares de cerimônia o dono da casa ocupa a cabeceira e serve. Os pratos são trazidos um por um, e as porções passadas a pessoa por pessoa, ninguém recusando nem começando até que o último seja servido. Comem todos ao mesmo tempo, devorando o que lhes foi dado. A mesa é alta, ficando os pratos quase à altura do queixo; cada pessoa afasta os cotovelos e elevando o rosto quase até a borda do prato, atira a comida na boca com hábil movimento da mão. Não há muita delicadeza ou asseio na comida. A louça usada é inglesa, bem como os vidros, sendo também muito comuns pratos de estanho ou de grosseiro barro holandês e pequenas tigelas portuguesas, de fundo estreito e boca larga.
Não se mudam os pratos, que são entregues aos criados com o garfo e a faca na mesma mão. Usam tanto do garfo como dos dedos e é sinal de grande amizade comer alguma cousa do prato do vizinho, de modo que as mãos aí se encontram. Nos intervalos seguram o garfo numa mão e a faca na outra, levantados, pousando na mesa pelo cabo; e quando já não é mais necessário, limpam a faca na toalha e a metem na bainha, que está presa no cinto. Dura a refeição duas horas, com copiosa sobremesa de doces, geleias e pudins dos