mais variados, acabando pelo café. Depois (quando o braço já está cansado de trinchar e levar a comida à boca, como diz Caldcleugh) aparece o escravo, com bacia e jarro de prata, longa toalha bordada, posta nos ombros, e vai de um em um para que lave as mãos e a boca, havendo quem lave também o rosto e os braços.
E era tal ablução um dos poucos costumes asseados do Rio. Fora daí, diz Luccock "só lavam os pés (43);Nota do Autor face, mãos, peito e pernas raramente recebem a benção de um banho. A pequena escova de dentes é utensílio desconhecido". Essa falta de asseio vinha da Metrópole. O autor dos Esboços da vida Portuguesa (1823) escreve: "A Faculdade recomenda o banho para todas as doenças e incômodos: e é bom que assim faça. Pois se não houvesse tal recomendação nove décimos das mulheres de Portugal nunca teriam provado outra ablução depois do batismo: — nem mesmo o simples lavar do rosto pela manhã com a toalha. Esta operação fazem habitualmente umedecendo com saliva a ponta de um lenço ou de uma toalha e passando na testa, nas pálpebras e no nariz. Ouvi a um senhor da alta sociedade, que estivera na Inglaterra e adquirira até certo ponto nossos hábitos de asseio, observar à filha: "Querida, não lavaste o rosto hoje? — Não, meu pai, creio que meu rosto não está sujo e portanto que necessidade há de o lavar?" Os homens ficam com a barba por fazer durante uma semana e ás vezes aparecem na