O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Conta Walsh (1829) que no domingo de Páscoa "um menino filho de negociante era eleito imperador do Espírito Santo, reinado que se prolongava até o domingo de Pentecostes". E continua: "Ele sustentava pequena corte, era ricamente vestido, e a casa do pai se tornava o ponto de encontro de toda a gente, que aí se reunia para prestar homenagem às audiências do pequeno monarca espiritual. É alta honra, mas muito dispendiosa, para os pais do pequeno, que conserva a casa aberta a todos; e durante o seu reinado exerce uma espécie de autoridade papal; dirige o serviço da igreja e é consultado pelo clero sobre o programa e horário do mesmo serviço".

Chegou Walsh ao Rio, de volta de sua excursão pelas zonas de mineração, em vésperas da quaresma quando "todos os morros dos arredores floresciam na profusão das e quaresmas. Uma aparição igualmente, admirável se apresentava nas ruas, que cintilava de tons verdes e amarelos, tão vividos e gerais como o púrpura nas montanhas. Provinha isso da imensa quantidade de bolas de cera colorida, cheias d'água pura ou perfumada e que enchiam as casas de negócio".

Era o pródromo do entrudo (que ele escreve — intruso). No domingo da quinquagésima foi levado em visita por um amigo. "A primeira saudação que recebemos foi uma chuva de ovos verdes e amarelos, atirados sobre nós por todas as senhoras da família. Fomos então convidados a chegar à janela, e vimos todas as varandas da rua cheias de moças, olhando para fora e esperando a aproximação de alguma vitima. Quando alguém aparecia era assaltado em todas as direções, e fugia